POR QUÊ É RECOMENDÁVEL A TROCA PERIÓDICA DE SAPATILHAS?

 

Para os que entraram na família de instrumentistas de sopro, é importante saber que as sapatilhas de baudruche – termo francês que significa membrana – são compostas por uma camada de feltro, apoiado numa base de celulose sólida, coberta por esta membrana de origem animal.

Sendo assim, as chaves com sapatilha de baudruche substituem fielmente o dedilhamento nos furos das flautas, clarinetes e oboés.

Os animais, incluindo o próprio homem, tem a propriedade peculiar de trocar diariamente a pele ao longo de sua existência.

A pele das sapatilhas, apesar de não ser tão exposta ao tempo como a pele dos seres vivos, também sofre um desgaste natural. Considerando-se que um músico toque pelo menos três vezes por semana, em dois ou três anos de atividade está membrana começa a apresentar porosidade, provocando alteração em articulações muito rápidas de uma execução musical.

Com a perda de integridade da pele, percebe-se também um ruído de aderência ao levantar a sapatilha do furo. Este ruído é resultado da absorção da saliva pela superfície desgastada.

Assim como a composição do material do instrumento e toda sua estrutura mecânica, o sapatilhamento também tem importância vital na sonoridade, em toda a extensão de graves e agudos.

Portanto, somente com o que existe de melhor para vedação de instrumentos do naipe de madeiras, cabe ao sapatilhador o correto assentamento de cada sapatilha. Um trabalho manual, sensível e que depende muito da dedicação do luthier de sopros.